Tudo que você precisa saber sobre colheitadeira de grãos

A colheitadeira de grãos é uma máquina agrícola que desempenha um papel fundamental na produção rural, otimizando e acelerando o processo de colheita de vários tipos de grãos. A seguir, vamos conhecer a origem da colheitadeira, seu funcionamento, tipos, benefícios e como escolher a máquina ideal de acordo com sua necessidade, sem esquecer da manutenção deste equipamento.

O que é uma colheitadeira de grãos? 

A colheitadeira é uma máquina agrícola de grande porte sobre rodas, que possui em sua extremidade uma barra de corte para a colheita dos grãos que estão prontos para o recolhimento.

Apesar da função básica de colher, esta máquina executa outras atividades importantes, como a debulha, a separação e a limpeza dos grãos. Também chamada de ceifeira, a colheitadeira é um equipamento essencial para a cultura de vários alimentos, como:

• Milho;
• Aveia;
• Trigo;
• Algodão;
• Soja;
• Linhaça;
• Café;
• Cana-de-açúcar e outros.

A colheitadeira de grãos não é um equipamento considerado recente, uma vez que existem registros da sua utilização há cerca de 400 anos a. C. Na época, eram usados animais para movimentar o equipamento, que já tinha o apoio de rodas.

Já nos séculos XVIII e XIX, surgiram novos modelos com tração mecânica e com funcionamento a vapor. Atualmente, as colheitadeiras são autopropelidas, ou seja, funcionam com um sistema próprio de força e propulsão.

Essas máquinas fazem parte de um processo que vem acontecendo há bastante tempo no setor rural que é a mecanização agrícola, em que produtores rurais estão apostando em práticas e metodologias modernas para alavancar e acelerar o processo produtivo.

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Como funciona uma colheitadeira de grãos? 

Como vimos, a colheitadeira desempenha várias atividades até completar todo o processo de colheita, debulha e separação de grãos. Explicando de forma didática, faremos o detalhamento deste processo a partir das etapas que o compõem.

Corte

A colheitadeira faz a colheita dos grãos utilizando a barra de corte que existe em sua extremidade. Nessa etapa, uma peça importante é o molinete, que empurra a planta para a área de corte logo que a barra se aproxima.

Alimentação

Após o corte, o material é levado para a etapa seguinte, através de esteiras, correntes ou caracóis de condução. É o que chamamos de alimentação.

Trilha e separação

Aqui, as cascas e as folhagens são retiradas dos grãos. Para isso, a máquina utiliza o atrito e a movimentação das vagens. Tudo acontece de forma programada para que os grãos não sofram danos. 

Apesar do cuidado, veremos adiante que, dependendo do tipo da máquina, pode haver maior ou menor perda e desgaste do material durante a trilha.

Vale destacar também que a trilha e a separação podem ocorrer de forma simultânea ou em sequência.

Limpeza

Nessa etapa, é removido tudo que ainda restou da etapa anterior e que é dispensável, como vestígios de folhas, capas, pedras e outros detritos.

Transporte e armazenamento

A etapa final consiste na movimentação e acomodação da colheita que, a essa altura, já está dentro das condições esperadas pelo produtor.

Obviamente, esse processo pode ter mais ou menos etapas de acordo com o tipo de cultura que está sendo trabalhado naquele momento. Mas, em regra, a colheitadeira funciona de forma semelhante em todos os casos.

Quem observa a colheitadeira de fora visualiza apenas a colheita dos vegetais. Mas, a verdade é que esse processo é muito mais complexo do que se imagina, sendo desempenhado por esse gigante do setor agrícola.

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Quais são os benefícios de uma colheitadeira de grãos? 

A colheitadeira de grãos é, sem dúvidas, uma máquina imprescindível nas lavouras. É um equipamento que opera com grandes volumes de grãos, com eficiência, rapidez e agilidade, o que otimiza a produção de alimentos.

Com a colheitadeira de grãos, o agricultor consegue produzir em larga escala, melhorando a sua posição no mercado agrícola. Por ser uma máquina que executa várias tarefas de uma única vez, os custos que o empresário teria com mão de obra são bastante reduzidos.

Além disso, com a colheitadeira há menos desperdício de grãos, já que o processo de colheita até o armazenamento é feito diretamente na máquina. Todas essas vantagens garantem ao produtor maior competitividade e mais retorno financeiro.

Tipos de colheitadeiras de grãos 

Não existe um único modelo de colheitadeira. Por realizarem atividades diversas e serem utilizadas nas colheitas dos mais variados grãos, as máquinas podem ser encontradas com especificações distintas. Assim, as colheitadeiras podem apresentar variações conforme:

Funcionamento

As colheitadeiras podem ser automotrizes, ou seja, executam todas as tarefas por conta própria, sem precisar do auxílio de outros equipamentos. É o modelo mais utilizado para a colheita de grãos.

Já as colheitadeiras de arrasto são aquelas que precisam de um motor extra para cumprir suas funções. Em alguns casos, um trator pode ser usado como máquina de apoio. Quando isso acontece, elas são chamadas de colheitadeiras montadas.

Tipos de grãos

As colheitadeiras podem se diferenciar de acordo com o tipo de grãos que coletam, com peças para executar mais ou menos etapas, de acordo com a necessidade e volume de cada material.

Sistema de trilha

Como vimos, a trilha é uma etapa da colheita caracterizada pela limpeza inicial dos grãos, quando suas cascas e folhagens são removidas, bem como pedras e outros detritos que possam acompanhar a planta durante o corte.

Para executar essa função, a colheitadeira usa duas peças importantes: o cilindro e o côncavo. O cilindro pressiona e esfrega os grãos para que eles se soltem da casca. Já o côncavo age como um peneira, complementando a separação anterior e descartando cascas e folhagens que ainda ficaram presas.

Voltando para o tipo de colheitadeira, existem aquelas que adotam o sistema de trilha radial, o sistema axial e o sistema híbrido. Veja como funcionam:

Sistema radial

O material coletado chega ao cilindro e sofre impactos para liberar a casca, ou seja, para fazer a debulha. Depois, o grão segue para a peneira que terá o papel de separá-lo da palha, com o auxílio da gravidade e com movimentos repetitivos. Devido aos impactos causados, o grão pode sofrer danos, o que deve ser evitado.

Sistema axial

Aqui, a planta fica por mais tempo na etapa da debulha. Isso significa que ela não sofrerá tantos impactos para separar grão e casca e, como consequência, sofrerá menos danos e perdas.

Além disso, a alimentação do sistema axial é feita de forma longitudinal, o que permite o recebimento de um volume maior de material. Com isso, temos mais itens sendo processados em menos tempo.

Podemos dizer que a colheitadeira do tipo axial é mais eficiente do que o modelo que usa o sistema radial.

Sistema híbrido

A colheitadeira do tipo híbrido usa os dois sistemas: axial e radial. Enquanto o sistema radial opera na parte inicial da debulha, o sistema axial atua na parte de separação, reduzindo o impacto nos grãos.

Esse modelo é o mais indicado para culturas de grãos que possuem muita casca ou palha, como é o caso do arroz, por exemplo.

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O que avaliar ao escolher uma colheitadeira de grãos?

Vimos que existem tipos diferentes de colheitadeira de grãos, o que nos leva a pensar: como escolher a melhor opção dentre tantas disponíveis no mercado? Bom, a resposta para essa pergunta depende de muitas variáveis e detalhes que são específicos de cada cultura e da necessidade do agricultor. 

Para facilitar a escolha, listamos alguns pontos que devem ser analisados com atenção antes da aquisição dessa máquina agrícola. Veja só:

Tamanho e capacidade da colheitadeira

É importante conhecer com detalhes toda a rotina da lavoura, o volume de material que é coletado, a demanda recorrente e outras exigências que vão orientar a compra de uma colheitadeira com tamanho e capacidade adequados.

Não faz sentido adquirir uma máquina grande se a produção é considerada de pequeno porte. Essa inadequação só vai elevar os custos do processo e esse não é o objetivo desejado.

Por outro lado, se o volume da produção é elevado, vale a pena investir em uma máquina com alta capacidade de colheita. Assim, não será preciso repetir a operação muitas vezes, não haverá perda de tempo ou uso excessivo da máquina.

Tipo de cultivo

Vimos que alguns tipos de colheitadeiras são mais indicados para uma forma de cultivo específica, uma vez que eles se diferenciam em relação ao funcionamento e ao sistema de trilha, por exemplo.

Uma máquina que vai operar no cultivo de arroz deve ser diferente daquela que vai fazer a colheita de milho, pois são materiais distintos e que passam por um processo específico de debulha e separação. 

Ter esse cuidado é importante para reduzir o desperdício, evitar danos aos grãos e garantir uma produção eficiente.

Terreno e condições climáticas

Terrenos muito desnivelados podem precisar de terraplanagem, pois atrapalham o bom funcionamento da colheitadeira. Não sendo possível solucionar essa questão, a máquina deverá receber alguma ferramenta extra que deve facilitar a operação.

Além disso, terrenos encharcados, com lama ou outros detritos que dificultam a locomoção das máquinas, precisam de colheitadeiras mais potentes, que possam fazer a colheita sem atrasos e com o máximo de eficiência.

Custo-benefício 

A colheitadeira é um equipamento de alto custo e a sua aquisição deve ser feita com o objetivo de aperfeiçoar a colheita, aumentar a produção do agricultor e melhorar os lucros da safra.

Para que todos esses objetivos sejam alcançados, é fundamental avaliar o custo-benefício da máquina. O primeiro passo é identificar a real necessidade da lavoura para escolher o tipo mais adequado.

Em seguida, é preciso conhecer a disponibilidade financeira da empresa. O valor da colheitadeira corresponde ao orçamento do agricultor ou será preciso fazer algum tipo de financiamento para realizar a aquisição?

Por fim, é necessário estar ciente do retorno desse investimento. Quais resultados serão alcançados com esta nova compra? O retorno é condizente com o valor que foi investido?

Ter todo esse cuidado é fundamental para evitar uma aquisição desnecessária, diferente do que a empresa precisa e que elevará os custos do produtor, sem devolver os resultados que ele tanto almeja.

Manutenção da colheitadeira de grãos 

A colheitadeira de grãos desempenha uma etapa fundamental da produção, que é a colheita. Por isso, para não ter que lidar com imprevistos, pausas forçadas e prolongadas, a manutenção do maquinário deve ser feita obrigatoriamente.

A mais importante, claro, é a manutenção preventiva, que acontece sempre de forma programada e tem o objetivo de perceber os riscos de falhas e danos nas  máquinas antes que eles evoluam para defeitos mais complexos.

Levando em conta que a vida útil de uma colheitadeira é de cerca de 4 mil horas, o recomendado é fazer uma manutenção a cada 800 horas, por exemplo. No caso de máquinas novas, esse período deve ser reduzido a cada ano.

A recomendação é que essa manutenção mais longa aconteça no período de entressafra, quando a colheitadeira não está sendo utilizada.

Já a manutenção corretiva deve ser feita para consertar defeitos já identificados, também em tempo ágil para evitar máquinas paradas por muito tempo. 

E temos a manutenção diária, que deve ser feita todos os dias e inclui a verificação do óleo do motor, o nível da água, as condições dos filtros e outros pequenos detalhes.

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Alguns reparos muito comuns nas colheitadeiras são referentes aos desgastes sofridos pelas partes móveis da máquina e também pelas partes que executam movimentos contínuos, como a barra de corte e a esteira.

Pontos de oxidação também podem surgir devido aos resquícios das palhas e de outras folhagens que permanecem entre as peças após a colheita. Portanto, é um detalhe que deve ser verificado.

Não poderíamos deixar de falar sobre o motor, parte fundamental da colheitadeira e que também está suscetível a danos frequentes causados por fatores internos e externos. A sua inspeção durante a manutenção é indispensável.

Por fim, uma dica valiosa é ter peças de reposição em estoque, especialmente aquelas que são usadas com frequência e que se desgastam facilmente para que, desta forma, os reparos aconteçam com rapidez e com menos custos ou atrasos para o produtor.

Invista em peças de qualidade, que sejam duráveis e que também vão prolongar a vida útil da colheitadeira. 

Optar por peças de qualidade duvidosa, devido ao preço mais acessível, pode parecer vantajoso em um primeiro momento. Contudo, não é recomendado, uma vez que elas podem danificar a máquina, reduzir o seu tempo útil e acelerar a necessidade de manutenção, aumentando os custos do produtor.

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